domingo, 4 de outubro de 2009
Music for 18 Musicians
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
O sistema tonal 2
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Nokia Ringtone Fugue
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
P.Q.P. Bach
Morton Feldman (1926 - 1987): Piano and Orchestra; Flute and Orchestra; Oboe and Orchestra; Cello and Orchestra
É difícil definir a música de Morton Feldman. Mas se temos intimidade com pintura abstrata ou o teatro de Beckett, esta tarefa fica mais simples. A música de Feldman é o espaço pintado com sons, só que sem ritmo, melodia ou mesmo qualquer forma. A estrutura de Feldman é a não-estrutura. O risco é a monotonia e, mesmo para ouvintes calejados, é apenas essa sensação que parece existir. A música de Feldman não oferece pontos para nos apoiarmos, o ouvinte segue os sons com os mesmos olhos de quem segue um quadro de Pollock.
Esse disco oferece quatro obras importantes, todas elas escritas na década de 1970, época que Feldman já começava a encontrar seu próprio estilo. Apesar dos títulos das obras, todas elas são anti-concertos, pois nenhum dos solistas é mais importante que a orquestra, e nem há diálogo entre eles. A construção é aquela que já disse no início, a orquestra e o solista se completam na criação de um espaço sonoro, sem início, fim ou desenvolvimento. No entanto, extremamente cativante, pois dá ao ouvinte uma sensação de vagar em terreno misterioso e belíssimo. Não se enganem com a primeira impressão (como já aconteceu comigo), Morton Feldman foi um compositor dos grandes.
Disco: 1
1. Flute And Orchestra
2. Cello And Orchestra
Disco: 2
1. Oboe And Orchestra
2. Piano And Orchestra
Performed by Runkfunk-Sinfonieorchester Saarbrucken
Conducted by Hans Zender
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Ciclo Claudio Santoro na Sala Cecília Meireles
terça-feira, 21 de julho de 2009
Bruno Migliari e banda no Cinemathèque (29/7)
Bruno Migliari e banda no Cinemathèque (29/7)
Hoje é "o dia do amigo". Data mais que propícia para falar de um "amigo fundamental" (a expressão é de Nelson Rodrigues): Bruno Migliari. Não bastasse Bruno ser meu soul-brother, é também um virtuose do baixo elétrico e acústico; certamente um dos maiores musicistas do Brasil em seu instrumento. Passeia com o mesmo brilho por estilos musicais diversos, como o jazz, o samba, o rock e o tango.
Há muito tempo, num passado remoto envolto de névoas espessas, eu e Bruno compartilhamos, em períodos diferentes, uma mesma banda de rock: o "legendário" Leprechaun. Quiseram os deuses que, diante de certa encruzilhada, eu tomasse a perigosa estrada da psicologia e Bruno perseverasse pela não menos acidentada via da música. Isto não impediu, porém, que nossos caminhos continuem se cruzando pela vida afora, em nossas respectivas casas, nas ruas de Laranjeiras, nos cafés, restaurantes etc. Tínhamos — e ainda temos — uma estranha paixão em comum: a figura algo extemporânea de Ian Anderson e sua banda, o Jethro Tull.
Anotem na agenda: Bruno Migliari vai tocar com sua banda quarta-feira (29/7), no Cinemathèque (Rio de Janeiro), no formato de umpower trio com saxofones. Encontro você lá!
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Sexo Gratis e Fácil
Quinta-Feira, 16 de julho 2009 às 20:00h
Paulo Gori, piano.
Programa
Webern - Variações Op. 27.
Alban Berg - Sonata Op. 1.
Schoenberg - Três peças para piano Op. 11.
Brahms - Intermezzi Op. 117.
Sexta-Feira, 17 de julho 2009 às 20:00h
Quarteto de Cordas Raga ( Adonhiran Reis, violino. Alceu Reis, violoncelo. Gabriel Marin, viola. Ricardo Amado, violino. ).
Gabriella Pace, soprano.
Programa
Schubert - Quartettzats.
Schoenberg - Quarteto Op. 10.
Beethoven - Quarteto Op. 130.
Sábado, 18 de julho 2009 às 17:00h
Orquestra Sinfônica Brasileira .
Daniel Guedes, violino. Laurent Campellone, regente.
Programa
Webern - Seis peças para orquestra.
Alban Berg - Concerto para violino.
Brahms - Sinfonia N. 4.
R$ 1 (estudante da rede oficial de ensino de música). R$ 10 (pl. sup.).: R$ 20 (pl.) Há meia-entrada para estudantes e idosos.
Largo da Lapa - 47 - Centro - Rio de Janeiro - RJ - 20021190 - 21-2332-9176 - ramal 21
domingo, 12 de julho de 2009
O sistema tonal 1
O objetivo do ciclo é contrapor as duas linguagens e ao mesmo tempo ressaltar alguma possível continuidade. Mas para entender o que significa essa ruptura, é preciso compreender o que é essa música tonal cuja preponderância perdurou por quase quatro séculos.
A escala que a música ocidental moderna utiliza tem origem no engendramento da série harmônica, que nada mais é que um fenômeno acústico da natureza. Uma corda vibrando em certa frequência ressoa também outras frequências que são seus múltiplos. Dividindo esta mesma corda no meio, ou em 3 partes, ou em 4 partes, e etc., obtem-se também esta série de freqüências, que chamamos de série harmônica. Os harmônicos seguem a seguinte ordem, a partir de uma nota inicial arbitrada (começamos por dó):
dó (uma oitava acima) – sol – dó (duas oitavas acima) – mi – sol (uma oitava acima do primeiro sol) – etc.
Em outras culturas, as diversas escalas e suas subdivisões também foram originadas pela observação deste fenômeno, diferenciando-se no desenvolvimento, seguindo cada povo a sua cosmogonia, a sua tecnologia e outros traços de cada sociedade. Em muitas civilizações diferentes, na áfrica, América ou Ásia, quase totalmente isoladas por terra ou por mar, certa escala primeira, a escala pentatônica, originada a partir do encadeamento das quintas (o segundo harmônico) está presente. Se, por exemplo, tomarmos fá como nota inicial, o segundo harmônico será dó. A quinta de dó é sol. A quinta de sol é ré e de ré é lá. Assim, temos fá, dó, sol, ré e lá. Sequenciando o resultado temos:
fá – sol – lá – dó – ré.
Percorrendo esta escala no piano podemos recordar certo sotaque oriental, de música chinesa, e, dependendo do timbre, ritmo, instrumentos, etc., ele pode nos remeter à música da áfrica subsaariana ou até mesmo ao Blues. E a escala permite um encadeamento livre, a partir de qualquer nota, em uma circularidade fácil e natural.
A escala diatônica, célula básica da música ocidental, também surge a partir desta associação de quintas, chegando ao nosso familiar dó-ré-mi-fá-sol-lá-si. Como a relação intervalar da escala é desigual, a partir do estabelecimento de qual nota é a nota inicial (tônica) pode-se obter sequências com coloridos diferentes, os modos, que eram usados conforme se intencionava conferir um aspecto sonoro particular para cada peça. É a chamada música modal. Durante a Idade Média os modos utilizados foram estes:
Intervalos
1 tom - 1 tom - ½ tom - 1 tom - 1 tom - 1 tom - ½ tom: Jônio
1 tom - ½ tom - 1 tom - 1 tom - 1 tom - ½ tom - 1 tom: Dórico
½ tom - 1 tom - 1 tom - 1 tom - ½ tom - 1 tom -1 tom: Frígio
1 tom - 1 tom - 1 tom - ½ tom - 1 tom - 1 tom - ½ tom: Lídio
1 tom - 1 tom - ½ tom - 1 tom - 1 tom - ½ tom - 1 tom: Mixolídio
1 tom - ½ tom - 1 tom - 1 tom - ½ tom - 1 tom - 1 tom: Eólio
½ tom - 1 tom - 1 tom - ½ tom - 1 tom - 1 tom - 1 tom: Lócrio
Exemplos
dó - ré - mi - fá - sol - lá - si: Jônio
ré - mi - fá - sol - lá - si - dó: Dórico
mi - fá - sol - lá - si - dó - ré: Frígio
fá - sol - lá - si - dó - ré - mi: Lídio
sol - lá - si - dó - ré - mi - fá: Mixolídio
lá - si - dó - ré - mi - fá - sol: Eólio
si - dó - ré - mi - fá - sol - lá: Lócrio
Mas as duas notas adicionais da escala diatônica nos trazem novos problemas, que a escala pentatônica não possui. Primeiramente, ela cria dois intervalos de meio tom, mi/fá e si/dó. Experimente tocar estas notas ao mesmo tempo e ouça a dissonância. Segundo: ela estabelece a existência do trítono, que é o intervalo de três tons inteiros, como o de fá e si. Há uma dissonância mais forte que entre mi/fá e si/dó. Este intervalo foi chamado durante a Idade Média de "diabolus in musica". Enquanto as notas da escala pentatônica podem se relacionar e trabalhar em conjunto sem maiores problemas entre si, pois não possuem o trítono nas suas relações intervalares, na escala diatônica temos dissonâncias que tornam complexa esta relação, demandando maior cuidado e regras mais rígidas nos encadeamentos melódicos e na harmonia.